Eu nasci no interior de São Paulo, mais precisamente em Ribeirão Preto. tenho pouquíssimas lembranças de comidas na minha infância, mas as tenho: a salada de língua da minhamãe; uma manga maravilhosa que comi com 7 anos na escola; a jabuticaba no pé na casa da tia Sílvia em Araraquara...
Em casa não havia nada de tratos especiais com a comida, tudo muito básico. Não cresci em torno dos fogões, ficava mais tempo na rua ou em algum curso que minha mãe resolvia me colocar.
Estudei um tanto de trompete, comecei com 10 anos e com 15 já estava sentado numa orquestra sinfônica: o primeiro emprego a gente nunca esquece. Fiquei aí por cerca de 8 anos e nesse meio tempo fui estudar história, e em São Paulo começaram a entrar uns sabores diferentes na boca, mas tudo muito básico ainda. Conheci qualquer coisa de comida alemã, o "strogonoff de mexilhão", o arroz a grega em São Sebastião, o creme de milho sem farinha de trigo para engrossar - isso valeu um
Em casa não havia nada de tratos especiais com a comida, tudo muito básico. Não cresci em torno dos fogões, ficava mais tempo na rua ou em algum curso que minha mãe resolvia me colocar.
Estudei um tanto de trompete, comecei com 10 anos e com 15 já estava sentado numa orquestra sinfônica: o primeiro emprego a gente nunca esquece. Fiquei aí por cerca de 8 anos e nesse meio tempo fui estudar história, e em São Paulo começaram a entrar uns sabores diferentes na boca, mas tudo muito básico ainda. Conheci qualquer coisa de comida alemã, o "strogonoff de mexilhão", o arroz a grega em São Sebastião, o creme de milho sem farinha de trigo para engrossar - isso valeu um
dia de silêncio com uma namorada que agora mora em Berlim. Isso é prá ter uma idéia de como tive uma vida das mais normais nesse universo gastronômico por um bom tempo.
Mudei de cidade, fui prá Curitiba em 94, brincava com qualquer coisa em casa. Nessa época o mexilhão com shiitake era o meu máximo. Me apaixonei por uma garota que não comia, por sua vez as coisas mais simples que, praticamente, todos mortais comem: alho, cebola, alface, carne vermelha, laranja, limão... só prá ter uma idéia. Aqui as coisas começaram a ficar mais graciosas, o desafio estava lançado: encantar a moçoila com o que eu acreditava ter de dote culinário. Deu certo por um tempo, mas o amor foi-se e ficaram as panelas.
Através dela conheci um cara chamado Beto Batata, essa foi a primeira pessoa que acreditou que eu poderia cozinhar profissionalmente. Antes já tinha o Maurício, dono duma agência de propaganda onde trabalhei no começo do mestrado, que me animava a cozinhar por lá nuns festeres bem legais (doces lembranças!!!!). Bom , no restaurante do Beto que só vendia uma espécie de bolo de batata recheada, comecei a fazer uns almoços no sabadão e a coisa foi ficando mais séria, até eu entrar na cozinha dele para estagiar e tentar aprender a lidar com as pessoas no trabalho, que é uma santa tarefa difícil, batman!!!
Fiquei 3 meses, fui estagiar em outro restaurante, bem bom diga-se de passagem, o Boulevard. E em seguida comecei a cozinhar aqui e ali, super inconstante. Não parava em nenhum restaurante, irriquieto, com problemas de autoridade, falta de formação e informação, todo o pacote de coisas não muito boas que uma pessoa só bem intencionada não tem na bagagem quando resolve pular uns passos em qualquer área. Por sorte ou sei lá o que não foi uma desgraça total. Essas coisas se passaram em Curitiba, para situar que esteja por aqui.
Muita coisa andou, moro na Europa há 5 anos, maior parte do tempo em Portugal, Lisboa mais precisamente. Atualmente sou sub chefe de um restaurante de base italiana, que tem umas misturas graciosas. E nisso que mudou, é que resolvi criar esse espaço aqui.
Gosto muito de misturas, não sei se poderia ser diferente: brasileiro; estudei trompete; não terminei o mestrado em história;um tempo como diagramador; badminton; fotografia, até que enfim; fui casado com uma portuguesa 12cm mais alta que eu; meio branco meio preto.... E tenho certeza que comida é mistura, e consigo entender melhor o que fazer para colocar no prato das pessoas se penso em misturas culturais, ou numa quase interdisciplinaridade a partir de elementos "cozinháveis e comíveis" e de qualquer outra coisa/área com que isso se possa relacionar ou que esteja relacionada. Acho que os espanhóis são o que são hoe na cozinha, em grande parte porque existiu Miró, Picasso, Dali, não só pelos produtos que usaram ao longo de sua história alimentar.
Agora paro um tiquinho e volto a conversar com o Joãozinho, amigo professor de ioga que chegou esses dias aqui em casa. O convite está feito prá quem quiser falar sobre "confusões/confluências em torno de comida!!!!!
E vamo que vamo que o som não pode parar!!!
Mudei de cidade, fui prá Curitiba em 94, brincava com qualquer coisa em casa. Nessa época o mexilhão com shiitake era o meu máximo. Me apaixonei por uma garota que não comia, por sua vez as coisas mais simples que, praticamente, todos mortais comem: alho, cebola, alface, carne vermelha, laranja, limão... só prá ter uma idéia. Aqui as coisas começaram a ficar mais graciosas, o desafio estava lançado: encantar a moçoila com o que eu acreditava ter de dote culinário. Deu certo por um tempo, mas o amor foi-se e ficaram as panelas.
Através dela conheci um cara chamado Beto Batata, essa foi a primeira pessoa que acreditou que eu poderia cozinhar profissionalmente. Antes já tinha o Maurício, dono duma agência de propaganda onde trabalhei no começo do mestrado, que me animava a cozinhar por lá nuns festeres bem legais (doces lembranças!!!!). Bom , no restaurante do Beto que só vendia uma espécie de bolo de batata recheada, comecei a fazer uns almoços no sabadão e a coisa foi ficando mais séria, até eu entrar na cozinha dele para estagiar e tentar aprender a lidar com as pessoas no trabalho, que é uma santa tarefa difícil, batman!!!
Fiquei 3 meses, fui estagiar em outro restaurante, bem bom diga-se de passagem, o Boulevard. E em seguida comecei a cozinhar aqui e ali, super inconstante. Não parava em nenhum restaurante, irriquieto, com problemas de autoridade, falta de formação e informação, todo o pacote de coisas não muito boas que uma pessoa só bem intencionada não tem na bagagem quando resolve pular uns passos em qualquer área. Por sorte ou sei lá o que não foi uma desgraça total. Essas coisas se passaram em Curitiba, para situar que esteja por aqui.
Muita coisa andou, moro na Europa há 5 anos, maior parte do tempo em Portugal, Lisboa mais precisamente. Atualmente sou sub chefe de um restaurante de base italiana, que tem umas misturas graciosas. E nisso que mudou, é que resolvi criar esse espaço aqui.
Gosto muito de misturas, não sei se poderia ser diferente: brasileiro; estudei trompete; não terminei o mestrado em história;um tempo como diagramador; badminton; fotografia, até que enfim; fui casado com uma portuguesa 12cm mais alta que eu; meio branco meio preto.... E tenho certeza que comida é mistura, e consigo entender melhor o que fazer para colocar no prato das pessoas se penso em misturas culturais, ou numa quase interdisciplinaridade a partir de elementos "cozinháveis e comíveis" e de qualquer outra coisa/área com que isso se possa relacionar ou que esteja relacionada. Acho que os espanhóis são o que são hoe na cozinha, em grande parte porque existiu Miró, Picasso, Dali, não só pelos produtos que usaram ao longo de sua história alimentar.
Agora paro um tiquinho e volto a conversar com o Joãozinho, amigo professor de ioga que chegou esses dias aqui em casa. O convite está feito prá quem quiser falar sobre "confusões/confluências em torno de comida!!!!!
E vamo que vamo que o som não pode parar!!!
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