Definitivamente é muito bom estar com gente que gostamos por perto, e no que me toca estou adorando não ter mais saudades do Nuno, o `sujeito` que está numa foto lá em cima, algures!!!
Esse rapaz tem sabores de lembranças e coisas que não me importo nada em localizar, e nem saber onde se pode comprar mais, ou em que pé que nasce, porque acho que e um que amizades bacanas devem nascer quase que prontas numa árvore muito frondosa, daquelas que poderiam ser parecidas com o flamboyad da casa da tia Sílvia ou magrinha e delicada como a cerejeira japonesa, ou ainda, uma goiabeira, de goiaba vermelha claro.
Ando feliz por não ter mais saudades dele há uns dois meses, trabalhamos juntos, não dividimos a bancada, dividimos duas, as vezes três numa coisa de encontros e piadas, de um começar algo e o outro terminar, de gentilezas… numa boa, numa série de predicados bons. Esse é o primeiro sabor de marca desse passeio, de reencontro de amigos, que talvez nem saibam como são ou se tornaram, ou `sei lá, entende? Mas que estão ali quase todos os dias experienciando a experiência de dessa coisa pragmática e concreta e cheirosa e com gorduras…que é cozinhar, com wok, óleo, molho de ostra, manga.
O segundo e mais saboroso, como criança que deixa a melhor parte do doce pro final, é ver o Nuno com os pés fora do chão, pedindo `sapatinho de chumbo`, suspirando, cantando música meio brega,, rindo à toa. Mas amar é isso, é ser piegas, ficar perdido, querer encontrar, as vezes querer transformar em algo concreto e visível, palpável esse sentimento tão abstrato e tão visceral, lembra da barriga gelada, do coração acelerado? Já me peguei esses dias olhando prá ele, Nuno e lembrando de mim uns tantos anos atrás, mas como diz a turma do Karnak `o mundo muda, a gente muda...` continuo sentindo, só que de maneiras diferentes, mas como isso aqui não é prá mim, vamos retomar o rumo da prosa.
E esse e sabor tem nome endereço, mora numa ilha cercada de água por todos os lados, terra cheia de altos e baixos, praias de rocha, calor na costa, neve nos topos das montanhas, com uma diferença de meia hora de carro talvez. Não a conheço, mas como diz o ditado, `a felicidade de meu amigo, é a minha felicidade`, já estou louco de contente pela existência dessa moça que gosta de lilás, e verde e poder tocar de alguma forma essa avalanche de sentimentos, esse terreomoto afetuoso que está invadindo a cozinha onde estou, o Hugo, outro colega do restaurante chegou a dizer que Nuno seria como que um `gigante sereno`, pela tranquilidade e participação que tem no serviço, e agora, ver esse `gigante`, com sapatinhos de plumas e sorriso de adolescente na cara de manhã e de noite, me dá mais um gosto e gozo: quem não tem coisas das mais variadas dentro do peito? Quem não pode demonstrar e ser aceito?
Esperas
Há 11 anos